O helicóptero Comandante João Donato, o Estrelão, pertencente ao Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), está sem operar nestes meses de intensificação da onda de violência no Acre ocasionada pela guerra entre as facções criminosas. Imagens obtidas por ac24horas – feitas neste último domingo (15) – mostram a aeronave em um hangar no aeroporto de Rio Branco sem as suas hélices.
Procurada, a assessoria de imprensa do governo informou que as mesmas foram enviadas para a fábrica da Helibrás, em Minas Gerais, para serviços de manutenção. Segundo o governo, a previsão para a conclusão dos serviços é de 30 dias. Indagada desde quando os equipamentos estão fora do Estado, a assessoria não respondeu até o momento.
Segundo fontes que pediram para não ser identificadas, as hélices estão na fábrica já há alguns meses. A demora no retorno seria por suposta falta de recursos por parte do governo para pagar pelos serviços e o frete. As pás são transportadas em um caminhão.
A história do Estrelão está envolvida muito mais em polêmicas do que relatos de heroísmo em seu uso. A aeronave ganhou o apelido de Estrelão por conta da enorme estrela vermelha pintada em sua fuselagem. Para o Ministério Público Federal (MPF), ela é uma alusão ao símbolo do Partido dos Trabalhadores (PT).
O governo nega e diz ser referência à estrela da bandeira acreana. A própria compra do helicóptero está envolta em polêmicas. Sua aquisição, durante governo de Binho Marques (PT) em 2008, ocorreu enquanto o ex-governador Jorge Viana era presidente do conselho de administração da Helibrás.
Em 2013, a Justiça Federal no Acre condenou a empresa a devolver mais de R$ 500 mil aos cofres do Estado. O MPF apontava um superfaturamento no valor pago pela aeronave, modelo esquilo.